1. Origens e Topónimo
O nome “Olival” deriva da forma antiga “Ulvar” ou “Ulval”, usada para designar a localidade.
O povoamento da área remonta a tempos muito antigos, anterior à fundação da nacionalidade portuguesa, como se verifica pela toponímia e registos latinos ou germânicos.
Em diferentes períodos, o território de Olival esteve sob diversas jurisdições: o Couto de Pedroso, o Couto de Crestuma, o Couto de Sandim, e o Infantado da Feira.
2. Localização e características geográficas
Olival situa-se no concelho de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, na margem esquerda do Rio Douro, fazendo fronteira com freguesias como Crestuma, Sandim, Pedroso e também com o município de Santa Maria da Feira.
A freguesia tinha uma área aproximada de 7,96 km².
O território apresenta relevo e solos férteis, com influência do Douro ao nível climático e hidrográfico — por exemplo, os rios Febros e Uíma atravessam ou drenam para a região.
3. Evolução histórica
Na Idade Média, a zona de Olival aparece em documentação relativa aos mosteiros de Grijó e Pedroso.
Um dos lugares mais emblemáticos da freguesia é Arnelas, que se desenvolveu historicamente como entreposto fluvial: tinha cais dom rio, através dos quais se transportavam pessoas e vinhos do Alto Douro para o Porto.
No século XVIII, em Arnelas foi instituída uma feira anual , a Feira de S. Mateus, no dia 21 de Setembro (exemplo de vida económica local ligada ao rio e à feira).
A antiga freguesia de Olival, como muitas outras, teve a sua componente agrícola e rural mantida por séculos, mesmo após processos de industrialização ou urbanização mais recentes.
Em termos de estatuto, Olival foi elevada à categoria de vila a 19 de Abril de 2001.
Em 2013, pela reorganização administrativa (Lei n.º 11-A/2013) foi agregada com as freguesias de Sandim, Lever e Crestuma para formar a nova União das Freguesias de Sandim, Olival, Lever e Crestuma.
Em 2025, pela lei n.º 25-A/2025, as freguesias foram de novo desagregadas e Olival recuperou a sua individualidade como freguesia.
4. Património e memória local
Alguns dos marcos que ressaltam na história de Olival:
A Igreja Matriz de Olival.
A Capela de São Mateus de Arnelas.
O Cais de Arnelas, que evidencia o papel fluvial e de transporte da freguesia.
O brasão de Olival: escudo de prata com duas oliveiras arrancadas de verde e frutadas de negro, acompanhadas de elementos heráldicos — simbolizando a oliveira (topónimo) e a terra.
Associações culturais como o Rancho Folclórico Danças e Cantares de Santa Maria de Olival e Rancho Regional de Olival que preservam a etnografia local.
5. Desenvolvimento recente e panorama atual
Nos últimos anos, Olival tem vindo a registar crescimento habitacional e industrial, sobretudo ligado aos acessos e à malha urbana-industrial, mantendo-se porém um forte traço de identidade rural e ribeirinha.
A sua população evoluiu de cerca de 1 295 (em 1864) para 5 812 habitantes em 2011.
